Hey, Droppers!

Na coluna ‘Ferrou’ de hoje: cerca de 50% dos empregos de colarinho-branco (cargos administrativos, gerenciais, etc.) serão substituídos por Inteligência Artificial – a previsão apocalíptica da vez é de ninguém menos que o CEO da Ford, que emprega + 170.000 pessoas no mundo.

SEGURANÇA

Contra os deepfakes do mal

Desculpa avisar, mas com um vídeo curto e más intenções já é possível clonar você também com IA. Pois é… Ela avança tanto que a fronteira entre real e artificial é cada vez mais invisível e os riscos que isso traz não são pequenos. Diante desse cenário, vários países estão correndo para criar leis rígidas no assunto.

Quem puxa a fila da legislação contra os deepfakes do mal é a Dinamarca, que traz uma das propostas mais ousadas (e interessantes) até agora:

• Seu rosto, sua voz, sua propriedade: a nova lei dinamarquesa garante que traços pessoais, mesmo gerados por IA, pertencem ao indivíduo. Quase como um copyright humano.

• Uso sem permissão? Ilegal! Deepfakes exigem consentimento expresso e burlar isso pode gerar multas pesadas para as plataformas.

• Paródias continuam liberadas, mas devem ser claramente rotuladas como IA.

Outras entidades estão tentando reagir de formas diferentes:

• Estados Unidos: aprovaram o Take It Down Act, criminalizando deepfakes sem consentimento e exigindo remoção em até 48 horas.

• União Europeia: finaliza o AI Act, com foco em transparência e testes de risco para modelos de IA.

• Brasil: o PL 2338/2023 cria o Sistema Nacional de Regulação e Governança de IA, liderado pela ANPD.

• BRICS: articula medidas éticas conjuntas em cibersegurança e proteção de dados.

A mensagem que as instituições estão passando é clara: regular a IA não é mais uma escolha, mas uma necessidade – que vem junto com uma corrida contra o tempo. E, se a Dinamarca conseguir fazer essa lei pegar, pode inaugurar um novo capítulo nessa disputa de privacidade dos usos da IA.

P.S: Se você tiver um gêmeo muito parecido com você, sinto muito — ele vai poder te trollar, e não vai ser culpa da IA.

MÍDIA

ChatGPT vs Publishers

Qual foi a última vez que você entrou na barra de buscas do Google para fazer uma pesquisa? Agora, qual foi a última vez que você perguntou algo para o ChatGPT? Pois é... Para boa parte dos usuários (menos aqueles que já usam fonte GIGANTE no celular) a IA já se tornou seu mecanismo padrão de interação.

A hipótese: as AIs estão tirando visitas do Google e derrubando o tráfego dos sites.
A defesa: a OpenAi diz que eles estão aumentando o número de links para fontes.
O dado: o acesso a sites via IA aumentou 25x na comparação ano/ano.
A verdade: o aumento não compensa as perdas.

E os resultados ainda mostram algo relevante: quem está contra a OAI perde ainda mais. Enquanto os parceiros do ChatGPT tiveram aumento de tráfego (somente via chat) variando entre 5% e 9%, a lista dos não-parceiros não passou de 3%.

• Quem está do lado da OpenAI na briga (parceiros de conteúdo licenciado): Reuters, Associated Press, Financial Times, The Atlantic, Time, WSJ, Vox Media, Reddit e muitas outras do mesmo calibre.

• Quem está contra a OpenAI (quem não licenciou e ainda processou):
  New York Times, Chicago Tribune, Denver Post, IGN, Lifehacker, PCMag, The Intercept e alguns jornais canadenses.

Apanhando de todo lado

Se os publishers sofrem com o ChatGPT, o velho parceiro Google também não estende muito a mão. Desde a chegada dos AI Overviews no buscador o tráfego orgânico para sites de notícias caiu 26,1% (de 2,3 bilhões para 1,7 bilhão de visitas). Em mais dados: as buscas resultando em nenhum clique aumentaram de 56% para 69% no período.

Os grandes sites agora vivem um novo dilema: continuar investindo em SEO ou tentar jogar o jogo das IAs? De toda forma, para quem trabalha com o modelo de negócios da mídia, equilibrar as contas com menos receita de anúncios vai se tornando cada vez mais difícil.

PS: A Cloudflare anunciou um marketplace para que publishers cobrem pelo scraping das IAs.

IA POR AÍ

• Browser-use está disponibilizando US$ 5 de graça na API para você testar a plataforma e automatizar tarefas usando o seu agente de IA com navegador.

• Manus AI adicionou áudio como formato de resposta e agora você pode converter relatórios extensos em podcasts — disponível no plano gratuito.

• China sediou mais um esporte robótico: o futebol. O país já tinha organizado lutas de MMA e uma meia maratona cibernética.

• Perplexity lançou o Perplexity Max, um plano premium de US$ 200/mês que conta com buscas e respostas dos modelos Claude 4 Opus e o3-pro.

• Freepik eliminou a utilização de créditos para criação de imagens, mas somente para os planos Premium+ e Pro.

• Anthropic atualizou o Claude Code e adicionou uma maneira nova de personalizar os hooks na plataforma.

• Microsoft anunciou um layoff de 4% de sua força de trabalho. A empresa vai direcionar os custos para investir em IA.

PROMPT LIKE A PRO

Não perca a vaga dos sonhos

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By the way: o Drops está crescendo e precisando de uma forcinha força-bruta na área de vendas. Se você manja dos paranauê e quer entrar em um foguete sem perguntar pra onde, se inscreve aqui!

LLM

Baidu strikes back: o inimigo agora é outro

A fama do Baidu é antiga – vem dos tempos do antivírus e toolbars indesejadas. Mas o que poucos sabem é que a empresa está no ramo dos chatbots desde 2019 com o Ernie Bot – que, na contra-mão da Siri, evoluiu para se tornar um dos LLMs mais relevantes da China, batendo de frente com o DeepSeek e Hunyuan.

Em março, o Baidu lançou os modelos Ernie X1 e Ernie 4.5, que têm uma performance comparável ao GPT-4.5 – mas por um preço até 100x menor A promessa era de que o LLM se tornaria open-source no final de junho. Pois a empresa falou sério!

Foram lançados vários modelos, e uma novidade para quem gosta de vídeos:

• Ernie-4.5: nos tamanhos 0.3B, 21B e 300B; com um plus, foram projetados para serem aprimorados por terceiros e podem ser utilizados por qualquer um para fine-tuning.

• Ernie-4.5-VL: nos tamanhos 28B e 424B. Já são treinados em Mixture-of-Experts e possuem versão com reasoning; também podem ser treinados a partir da versão Base.

• MuseSteamer: um modelo de vídeos que gera clipes de até 10s em 1080p através da plataforma Huxiang.

As novidades do Baidu mostram que a empresa está seguindo os passos de outras gigantes chinesas, como Alibaba, MiniMax e ByteDance. Todas estão entrando na guerra de IAs com múltiplos modelos, forte apelo open-source e o claro desejo de conseguir ultrapassar os limites do ocidente. Resta saber qual vai conseguir…

GAME: QUAL IMAGEM É GERADA POR IA?

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