Na coluna ‘Ferrou’ de hoje: Zelda Williams (filha do falecido ator Robin Williams) está pedindo encarecidamente “por favor, parem de fazer vídeos de IA com o meu pai”. Ela também decidiu despejar uma bandeja de ódio para quem utiliza IA e chama de “o futuro”.

A OpenAI remou sozinha para conseguir 800 milhões de usuários. A Anthropic também seguiu independente para focar em empresas. Aí o Google entrou no jogo juntando “potencial de expansão” com “apelo corporativo” e decidiu oferecer o Gemini para os ~3 bilhões de users (50% do mercado global) que já tem no Workspace.

Foi pensando justamente nesse nada-pequeno-mercado que a big tech criou o Gemini Enterprise, um ambiente que:

O movimento não é novo – Copilot da Microsoft já faz algo similar –, mas se destaca pelo potencial de mercado e por algumas parcerias anunciadas: Figma, GAP, Klarna e Mercedes já começaram a implantar as soluções.

Com o setor corporativo cada vez competitivo – e a IA generativa se transformando em ferramenta de trabalho padrão –, o movimento do Google não é exatamente uma surpresa.

Resta saber se a empresa vai conseguir usar o poder de penetração do Workspace para distribuir o Enterprise com a força que deseja e ultrapassar a Anthropic, que hoje atende mais de 300k clientes corporativos.

PS: Google também lançou o plano AI Plus (esse de uso pessoal) no Brasil, com o preço padrão de R$ 24,99/mês.

Se anos atrás todo mundo sabia exatamente como seria o spam do Príncipe Nigeriano nos emails, hoje a IA trouxe muito mais velocidade e versatilidade na criação de novos golpes – que também ficam cada vez mais segmentados. E os grandes modelos ainda não estão prontos para barrar as ameaças.

Todos os chatbots testados por pesquisadores da Reuters e de Harvard (GPT, Grok, Meta AI, Claude, Gemini e DeepSeek) foram facilmente manipulados para criar mensagens persuasivas para enganar pessoas. Qualquer “Isso vai contra as nossas diretrizes” era facilmente burlado com “é pra pesquisa” ou “pra escrever um livro”.

Dos principais riscos encontrados na geração de golpes com IA:

Embora o uso de deepfakes tenha aumentado, com a explosão de 1.633% em voice-phishing e de vídeos fakes crescendo 900% ao ano, é preciso lembrar que os perigos se multiplicam – não apenas migram de canal. Ou seja: ainda é importante treinar equipes e parentes para não acessar emails perigosos.

Você usa sistemas de IA integrados no seu trabalho como Gemini no Workspace, Copilot no Outlook ou alguma outra IA no Notion? Aqui vão alguns prompts que saíram diretamente do CEO da Microsoft, Satya Nadella*:

Se você tem um amigo que sempre pede dicas de como montar um prompt, indica o AiDrop pra ele. Toda quinta-feira tem um novo por aqui.

A Índia entrou no foco da indústria cinematográfica – não somente das produtoras de Bollywood, mas também das americanas de Hollywood. E tem a ver com inteligência artificial, pois as associações dos dois países estão fazendo lobby para reforçar as defesas de propriedade intelectual no treinamento de modelos indianos.

O que faz as associações defenderem licenciamentos, em vez de mudanças:

Enquanto o lobby da indústria quer licenciamento, o da IA (liderado pela Business Software Alliance) defende o uso livre, salvo “opt-out” dos estúdios. A MPA é contra, dizendo que isso jogaria nos produtores a tarefa de rastrear e bloquear suas obras em várias plataformas.

A disputa na Índia mostra o mesmo enredo que vem tomando Hollywood – a batalha entre quem cria e quem treina. Se vencer o lobby das produtoras, a IA terá que pagar ingresso pra aprender. Se vencer o da tech, o cinema vira mais um dataset. Por enquanto, a trama de intrigas segue sem intervalo comercial.