Hey, Droppers!

Na coluna ‘Ferrou’ de hoje: o FBI relatou que as reclamações de fraudes com deepfakes de IA mais que dobraram ao longo do ano, principalmente em anúncios utilizando celebridades.

No AiDrop de hoje, repetindo a palavra IA trocentas vezes:

• Diella: uma IA no campo político
• Fake news: a pressa é inimiga da perfeição verdade
• ChatGPT: professor, escritor e buscador
• IA por aí: Tencent, Reve, ElevenLabs e mais
• Me explique como se eu fosse uma criança: Alucinação de IA

Dropped by Felipe Nascente e Renan Hamann
POLÍTICA

Diella: uma IA no campo político

Ela não tem documento, não vota no aumento do próprio salário e não viaja de primeira classe, mas está atuando em um governo de verdade. O nome dela é Diella: uma IA que está atuando com o primeiro-ministro da Albânia, a primeira IA em um cargo público.

Criada em parceria com a Microsoft, a Diella estreou no e-Albania como assistente digital, emitiu +36.000 documentos e prestou +1.000 serviços na plataforma. Agora, foi promovida a ministra virtual e tem a missão de levar mais confiabilidade e transparência às licitações do país – historicamente marcadas por corrupção.

Criada no ambiente perfeito de testes – um país pequeno (~2,8 milhões de habitantes), com instituições frágeis e uma corrupção estrutural a ser combatida –, Diella se tornou basicamente um experimento político e científico.

O que muda com a chegada da nova “ministra”:

  • Licitações digitais: a IA passa a controlar todo o processo de contratos públicos.

  • Transparência prometida: cada verba deve ser registrada e auditável.

  • Eficiência: redução de atrasos e burocracia, com documentos emitidos eletronicamente.

  • Fim dos “envelopes pardos”: a ministra virtual não aceita suborno, apenas inputs de dados.

Graças ao histórico de corrupção do país, muitos albaneses já desconfiam que até a IA pode ser “corrompida”. Não é à toa, robôs são criados por humanos e ainda refletem nossas falhas – estão bem longe de ser imunes a qualquer tipo de viés e um estudo de Stanford mostra que os usuários têm essa percepção bem clara.

É claro que ajustes podem reduzir essa impressão e aumentar a confiança na tecnologia, mas pra ser possível replicar o modelo no mundo todo ainda existe um longo caminho de construção de credibilidade. E isso em escala global.

STARTUPS

Startup Corner: seu outdoor para o mundo

A vida do empreendedor early-stage não é fácil. Tem que encontrar product-market-fit, falar com investidores, gerar o lead, fechar o contrato, gerir o cliente, conferir a contabilidade, checar o financeiro, o jurídico… tudo isso e ainda é terça-feira.

Em suma, é bater o escanteio e correr para cabecear. Mas o Drops é muito bom de cruzamento. Se você quiser fazer gol de cabeça na frente de +80.000 líderes interessados em inteligência artificial, a gente quer te apoiar: assim nasceu o Startup Corner!

Se você…
(a) tem uma startup em estágio inicial
(b) captou menos venture capital do que a OpenAI
(c) já tem um produto no ar com product-market-fit
(d) quer conectar sua startup com uma base qualificada sem gastar milhões

O Startup Corner é um programa fora dos padrões Drop: são condições especiais para startups especiais. É mais exposição com menos custo. É mais resultado com menos trabalho.

IA POR AÍ
  • Tencent apresentou o Hunyuan 3D 3.0, um modelo com 3x mais precisão e detalhes no escaneamento de imagens para modelo 3D.

  • Reve saiu da versão “preview” e já fez um lançamento atacando o nano-banana, mostrando que também sabe editar imagens.

  • OpenAI lançou o GPT-5-Codex, a nova versão do modelo de IA otimizado para coding, criado para o CLI da OpenAI.

  • ElevenLabs criou o Productions, uma plataforma onde os humanos podem oferecer serviços de conteúdos gerados por IA dentro da plataforma.

  • Kimi K2 baixou o custo da sua API em 50% por 30 dias — se você utiliza algum ambiente de coding, vale o teste.

  • DuckDuckGo adicionou o GPT-OSS na sua plataforma Duck.ai e você pode utilizar gratuitamente sem sequer ter uma conta cadastrada.

ESTUDO

A pressa é inimiga da perfeição verdade

Alguém pergunta algo para o seu chatbot favorito; ele usa fontes de baixa qualidade porque prioriza entregar as respostas com mais velocidade e ignora a checagem de fatos; quem fez a pesquisa produz um conteúdo baseado em informações falsas… O ciclo vai se repetindo e as desinformações geradas por IA quase dobraram em um ano.

Isso já é um problema por si só, mas nas mãos erradas piora. Quem já sacou o truque começou a usar sites obscuros, posts virais e fazendas de conteúdo de IA para empurrar desinformação que os modelos não distinguem de fontes sérias. Resultado? Chatbots ainda mais vulneráveis a virar megafone de propaganda.

De agosto/24 para agosto/25:

  • Respostas com informações falsas: 18% → 35%, quase dobraram em 1 ano;

  • Casos em que o chatbot preferia não opinar: 31% → 0%, mais tendência a “alucinar” do que a não retornar respostas;

  • Taxa de correções (respostas desmentidas): 51% → 65%, mostrando uma checagem maior, feita por usuários e não pela própria IA;

  • Isso não aconteceu em uma IA específica: basicamente todos os chatbots mais populares do mercado apresentam as mesmas vulnerabilidades.

  • Erros aumentaram drasticamente: Grok (13,3% → 33,3%), Meta (10% → 40%) e Perplexity (0% → 46,7%).

Se as IAs soam cada vez mais confiáveis em suas respostas, elas também ficam mais perigosas quando erram. Mas há uma solução clara para interromper o ciclo? Por enquanto, o primeiro passo é saber que a IA é suscetível ao erro – ou seja, buscar fontes de confiança e conferir as informações é essencial.

No fim do dia, ser cético pode salvar relatórios, conteúdos e reputações.

O AiDrop foi criado para te deixar por dentro de tudo o que a inteligência artificial oferece de bom – e livre das desinformações que ela pode gerar –, uma newsletter por vez. E você pode melhorar a caixa de entrada de mais pessoas, é só pegar seu link de indicação e mandar pra quem quiser.

Após os últimos escândalos, a OpenAI resolveu se explicar: publicou um posicionamento sobre como pretende proteger adolescentes no uso do ChatGPT.

O próprio Sam Altman diz: “vamos priorizar segurança sobre liberdade e privacidade”.

A plataforma vai identificar usuários menores de idade, não engajar conversas românticas e nem estimular ideações.

“Nós reconhecemos que esses princípios entram em conflito e que nem todos vão concordar com a forma como estamos resolvendo. São decisões difíceis, mas, após conversar com especialistas, acreditamos que esta é a melhor abordagem.”

CHATBOT

ChatGPT: professor, escritor e buscador

Depois da Anthropic soltar uma enxurrada de pesquisas sobre os ~30 milhões de usuários do Claude, foi a vez da OpenAI jogar suas cartas: 700 milhões de usuários mensais e um raio-x dos maiores usos do ChatGPT.

E haja dados para serem analisados. Em um ano, o volume de mensagens diárias no ChatGPT saltou de 451 milhões para 2,6 bilhões.

Ao mesmo tempo: a fatia de mensagens relacionadas a trabalho caiu de 47% para 27%.

Em vez dos comentários abrangentes como “IA vai mudar tudo”, o relatório abre a caixa-preta e expõe os hábitos reais:

  • Tutoria & ensino (10,2%): mensagens pedindo respostas a professores digitais e personalizados mostram que “educação” virou um dos grandes motores do chatbot.

  • Conselhos práticos e tutoriais (8,5%): resolver microproblemas, desde currículos até abrir uma loja online.

  • Escrita & edição (18% combinados): 8% pedem para a IA redigir textos, 10,6% para revisar.

  • Saúde & autocuidado (5,7%): de treinos à nutrição, as pessoas já confiam em IA para orientações pessoais.

  • Tradução, compras e recomendações: cada um se encontra abaixo dos 5% de uso.

  • Programação: também abaixo dos 5%, mostra que desenvolvedores ainda não migraram em massa suas funções de coding para a OpenAI.

A OpenAI ainda diz que 24% das mensagens entram na categoria “procurando informações”. Isso significa que há 624 milhões de pesquisas por dia que deixam de ir para Google, Bing e afins – sem considerar outros chatbots, é claro.

O estudo deixa muito claro: o ChatGPT não é mais só um apoio para a escrita, tem se tornado um companheiro digital para quase 9% da população mundial.

PS: nas 63 páginas do estudo, a palavra “terapia” aparece apenas uma vez e mencionando um estudo de terceiros (que aponta justamente esse como sendo um dos grandes usos dos chatbots). Proteção?

ME EXPLIQUE COMO SE EU FOSSE UMA CRIANÇA

Alucinação de IA

A alucinação ocorre quando, em vez de dizer “não sei”, o modelo de IA inventa uma informação falando com total certeza, mesmo sem possuir essa informação na sua base de conhecimento.

Isso acontece porque a IA não “entende” de fato o mundo: ela apenas prevê quais os próximos caracteres a serem gerados, com base nos padrões que já aprendeu.

O problema é que, para quem lê, a resposta parece muito convincente, gerando confusão ou desinformação.

CAIXA DE FERRAMENTAS

A pedidos, um passo a passo para você poder criar os próprios vídeos com IA, gastando pouco:

  1. Acesse o Whisk para usar o Imagen 4 do Google e gerar uma cena de alta qualidade

  2. Entre no fal.ai e selecione o Veo 3 Fast Image-to-Video (cobra US$ 0,15/seg de vídeo com áudio e US$ 0,10 sem áudio)

  3. Anexe a sua imagem gerada pelo Whisk como input do vídeo e adicione um prompt com as instruções; se tiver texto, coloque entre aspas (ex: Fulano no vídeo fala “XPTO”).

  4. Escolha a orientação horizontal (16:9) ou vertical (9:16) e execute a criação.

Exemplo de prompt do print acima:

The man in the picture looks at the camera recording him and says "Nada melhor que começar o dia lendo o Ai Drop para ficar atualizado sobre IA e ter assunto com a minha equipe".

Confira todas as ferramentas que nós separamos na cAIxa de ferramentas do AiDrop!

MEME DA SEMANA

todo dia isso, bicho…

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